Jaquetas da delegação brasileira nos Jogos de Paris são feitas por bordadeiras do Rio Grande do Norte

Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas são as mãos criativas por trás dos uniformes da delegação brasileira para os Jogos de Paris 2024. Como esse projeto pode valorizar o bordado e o artesanato brasileiro? Vem descobrir com a gente!

Jaquetas da delegação brasileira nos Jogos de Paris são feitas por bordadeiras do Rio Grande do Norte
Crédito imagem: Instituto Riachuelo/COB - Divulgação

Timbaúba dos Batistas, uma pequena cidade com cerca de 2.400 habitantes localizada no sertão do Rio Grande do Norte, aceitou um desafio olímpico: bordar as jaquetas da delegação brasileira para os Jogos de Paris 2024. Essa tarefa monumental envolveu meses de trabalho e resultou em quase 2.200 peças, todas refletindo a rica tradição de bordados do Seridó, uma técnica aplicada há gerações pelas mulheres da região.

A tradição de bordados em Timbaúba dos Batistas é antiga e carrega consigo a história, a técnica e o estilo que foram transmitidos de geração em geração. Este legado foi fundamental para que a cidade fosse escolhida para esse projeto tão especial. Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, a delegação brasileira terá mais mulheres do que homens competindo, e as jaquetas que todos vestirão foram cuidadosamente bordadas pelas mãos talentosas das sertanejas, refletindo a identidade brasileira com bordados de araras, tucanos e onças-pintadas.

Salmira Torres, presidente da Associação das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, explicou que o convite para participar deste projeto veio através do Instituto Riachuelo, que já colaborava com o Sebrae em ações comerciais e de qualificação para as bordadeiras. A ideia foi criar uniformes que representassem a fauna brasileira, utilizando materiais reciclados e elementos da natureza como a onça, o tucano e a arara. O design foi concebido pelo Instituto Riachuelo, mas a execução coube às talentosas bordadeiras da cidade.

O projeto olímpico é um marco na história de Timbaúba dos Batistas, mas também é o resultado de anos de empreendedorismo e cooperação entre diversos setores. Renata Fonseca, coordenadora de projetos do Instituto Riachuelo, destacou a importância de ouvir as necessidades das bordadeiras e facilitar a conexão delas com o consumidor final. Muitas dessas artesãs vendem seus produtos sem conhecer quem os compra, devido à presença de intermediários. O trabalho do Instituto, junto com parceiros como o Sebrae, é qualificar essas profissionais e estreitar a relação delas com o mercado consumidor.

O Sebrae desempenhou um papel crucial nesse processo, oferecendo apoio em inovação, consultoria e acesso ao crédito. João Hélio Cavalcanti, diretor técnico do Sebrae no Rio Grande do Norte, explicou que a instituição também facilita o acesso das bordadeiras a mercados e eventos, onde elas podem se conectar com grandes marcas, estilistas e profissionais da alta costura. Esse suporte é essencial para que elas possam desenvolver coleções temáticas e apresentar seu trabalho para um público mais amplo.

O envolvimento de Timbaúba dos Batistas nesse projeto olímpico é uma prova de como a colaboração e o apoio adequado podem transformar a economia de uma pequena comunidade. As bordadeiras não apenas contribuíram com seu talento para um evento internacional, mas também ganharam visibilidade e reconhecimento, potencializando suas oportunidades de mercado. Assim, cada bordado nas jaquetas da delegação brasileira carrega não apenas a beleza da fauna brasileira, mas também a história e a dedicação das mulheres de Timbaúba dos Batistas.

Fonte: Agencia Brasil ebc com br - Timbaúba dos Batistas no Rio Grande do Norte se destaca pelo bordado