Marcas de luxo como Gucci e Burberry estão investindo alto no mercado de usados e vintage

Marcas de luxo como Gucci e Burberry estão investindo alto no mercado de usados e vintage
Foto Arquivo Pessoal Lívia Monteiro

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O mercado de revenda de roupas está em plena expansão, movimentando cerca de 40 bilhões de dólares por ano, segundo dados do Boston Consulting Group. E esse número não para de crescer, com estimativas de aumento entre 15% a 20% nos próximos cinco anos.

As marcas de luxo também enxergaram o enorme potencial desse mercado e estão investindo pesado. Na França, por exemplo, o mercado de moda vintage gerou mais de sete bilhões de euros em 2020, com mais de um bilhão vindo exclusivamente do setor de moda.

Um fator decisivo para essa mudança foi a proibição, desde janeiro deste ano, da prática comum entre grandes marcas de luxo de destruir suas coleções. Com isso, essas grifes precisaram encontrar novas maneiras de lidar com seus estoques antigos, transformando peças em oportunidades únicas, tanto para promover a sustentabilidade quanto para impulsionar ganhos financeiros.

Marcas como Stella McCartney, Burberry e Gucci foram pioneiras ao entrarem no mercado de segunda mão, firmando parcerias com a The RealReal, uma plataforma online que tem democratizado o luxo de segunda mão há mais de uma década. A Gucci, em particular, lançou o Gucci Vault, um site dedicado ao vintage, onde peças icônicas são customizadas por artesãos e, às vezes, até pelo próprio Alessandro Michele, antes de serem numeradas e colocadas à venda.

Essa nova abordagem valoriza a exclusividade: peças vintage são únicas, difíceis de encontrar, e carregam histórias, cores, tecidos e formas que não são mais produzidos em massa. Elas permitem combinações únicas e possuem tanto valor financeiro quanto emocional.

Até os marketplaces estão aproveitando essa tendência. A Farfetch adquiriu a Luxclusif com a ambição de se tornar a maior plataforma de venda de artigos de luxo de segunda mão do mundo, enquanto a Kering comprou parte da Vestiaire Collective e a Enjoei adquiriu grande parte das ações da Gringa.

No Brasil, plataformas como Retry, Etiqueta Única e Roupartilhar estão crescendo rapidamente, mostrando que as oportunidades nesse nicho vão muito além da consciência social ou ecológica. Uma peça de qualidade que dura anos pode ser revendida várias vezes, gerando lucro em cada etapa, desde que a cadeia seja bem planejada. O luxo e o vintage estão provando ser uma combinação poderosa e promissora em qualquer lugar do mundo.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/estilo/a-expansao-do-vintage-na-moda-e...