Libértecee e SENAI fazem parceria investindo em reaproveitamento de resíduos para produzir moda
Enquanto o Brasil descarta mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, a Libértecce surge como a solução inovadora. Em parceria com o Instituto SENAI, eles transformam poliéster e poliamida em novas matérias-primas, da madeira plástica a componentes para óculos.
O universo da moda, ao enfrentar um desafio global, enxerga nas novas tecnologias uma aliada contra a ameaça crescente dos resíduos. A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revela que aproximadamente 20% dos tecidos destinados à confecção de roupas acabam transformados em sobras. Esse número impressionante, divulgado em seu último levantamento, reflete mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis descartados anualmente no Brasil, compreendendo roupas velhas, retalhos da indústria da moda e peças de couro.
Numa busca pela circularidade na cadeia e pelo desenvolvimento de práticas mais sustentáveis, a Libértecce emerge como protagonista. A empresa criou uma solução inovadora, em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros, que transforma resíduos sintéticos, como poliéster e poliamida, em matérias-primas. Esses materiais renovados encontram aplicação nas indústrias têxtil, calçadista, de plásticos, na fabricação de armações de óculos e até mesmo na geração de energia.
O destaque dessa iniciativa foi apresentado por João Carlos Oleksinski de Andrades, diretor da Libértecce, durante a live "Economia circular na moda" promovida pelo Movimento BW.
Esse avanço tecnológico abre portas para a produção de madeira plástica, aceitando resíduos mistos, utilizada na fabricação de uma variedade de produtos, desde cabos, telhas, pavers até bancos e painéis decorativos. Os resíduos de poliamida e poliéster também ganham nova vida, transformando-se em pellets para injeção de peças plásticas, como cabides, alavancas de cadeira e componentes para máquinas agrícolas, bem como acessórios e até armações leves para óculos.
A Libértecce prova que a fusão de competências da indústria com institutos de pesquisa, como o SENAI, resulta em soluções práticas e aplicadas. Luís Gustavo Delmont, especialista em desenvolvimento industrial do SENAI, destaca a importância dessa colaboração na prática.
O Movimento BW, idealizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), impulsiona o uso de inovação e tecnologia para o desenvolvimento de produtos, soluções e serviços sustentáveis. Nesse contexto, a série BW Works SENAI – Empresas Inovadoras, realizada com o apoio do SENAI, destaca projetos que reduzem a pegada ambiental das atividades humanas.
Jefferson Gomes, diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI, ressalta que essa iniciativa contribui para evidenciar que pesquisa aplicada e inovação geram negócios sustentáveis para a indústria brasileira. A série, composta por dez episódios, apresentará cases desenvolvidos pela indústria em parceria com o SENAI, abrangendo diversos setores e regiões do país.
A moda, sempre à frente das tendências, mostra que a inovação não só combate desafios, como também aprimora a experiência do consumidor, criando um futuro mais sustentável e dinâmico para a indústria têxtil.