ELLE proíbe uso de pele animal em seus editoriais e campanhas publicitárias de suas revistas
A ELLE está traçando um novo caminho ao se tornar a primeira grande revista a banir peles naturais em editoriais e anúncios. Com a adesão de 13 edições internacionais, a decisão destaca a pressão por uma moda ética e sustentável, desafiando práticas tradicionais e promovendo mudanças sociais.
A ELLE, uma das revistas mais influentes do mundo da moda e comportamento, está traçando uma nova direção ao ser a primeira grande publicação a banir o uso de peles naturais em seus editoriais e espaços publicitários. Essa decisão marca um momento decisivo para a indústria da moda, que há décadas mantém uma relação complexa com o uso de materiais de origem animal.
Valeria Bessolo Llopiz, diretora internacional da ELLE, reforçou o compromisso em uma conferência organizada pela The Business of Fashion na cidade de Chipping Norton, Inglaterra, afirmando que "não podemos manter um discurso de um lado e ganhar dinheiro do outro, em direções completamente opostas". Sua fala ecoa uma crítica que há tempos reverbera no setor: a incompatibilidade entre a busca por sustentabilidade e o lucro proveniente da exploração de recursos naturais e animais.
Atualmente, 13 edições internacionais da ELLE já implementaram a medida, enquanto outras 20 seguirão o mesmo caminho a partir de 1º de janeiro de 2022. As demais edições globais, que ainda relutam em adotar a postura, têm até o início de 2023 para se adequarem.
Esse movimento acompanha a evolução de um discurso mais consciente e ético dentro do universo da moda, que já se reflete em passarelas ao redor do mundo. Cidades como Amsterdã, Oslo, Melbourne e Helsinki, por exemplo, já proibiram o uso de peles de animais, com Helsinki indo além ao banir também o couro. No entanto, nas icônicas semanas de moda de Paris, Milão e Nova York, o uso de peles ainda é uma decisão individual de cada marca, refletindo a resistência de algumas casas de moda em abandonar essa prática.
Essa iniciativa da ELLE, além de ser um marco na moda editorial, evidencia a pressão crescente sobre a indústria para adotar práticas mais éticas e sustentáveis. As marcas que ainda se mantêm fiéis ao uso de peles estão cada vez mais na mira de ativistas e consumidores, que exigem uma moda mais responsável.
Essa mudança de postura é um reflexo claro de uma nova era, onde a moda não só dita tendências, mas também se posiciona como catalisadora de mudanças sociais e ambientais.
Fonte:https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/12/02/interna_internacional,1327811/revista-de-moda-elle-proibe-peles-de-animais-em-todas-as-edicoes.shtml